novembro 11, 2022

A evolução da experiência GameFi

Os jogos estão presentes nas nossas vidas desde o momento em que nascemos. Jogos de tabuleiro, dados, cartas, futebol, bolinha de gude, queimada. Impossível você nunca ter jogado algum tipo de jogo com as pessoas que estiveram presentes ao longo da sua sua vida. Os gostos vão mudando, as prioridades também, mas sempre – sempre! – tiramos um tempo para nos divertir. 

A atividade lúdica, como diz Johan Huizinga em seu livro Homo Ludens, é inerente ao ser humano e fundamental para o desenvolvimento da cultura. Os jogos digitais são uma extensão dessa mesma regra e, de alguma maneira, podemos dizer que são fundamentais para que compreendamos a cultura do nosso tempo. 

Os jogos também fazem parte da vida das sociedades desde sempre, e os mais variados esportes utilizados como forma de preparação para a guerra e a própria história dos jogos olímpicos nos mostram isso.

Apesar de uma comunidade que beira os 3 bilhões de pessoas, poucas pessoas deixaram os joysticks de lado e pararam pra pensar na evolução dos jogos ao longo da história. 

Uma forma interessante de visualizar esse processo evolutivo é a partir das modalidades de aquisição: jogos pay-to-play, jogos free-to-play, jogos play-to-earn (ou NFT Game), a grande novidade do mercado de games. Para que você possa entender mais sobre o assunto, explicaremos um por um neste artigo.

Confira, abaixo, a evolução dos games, desde pay-to-play até os hypadíssimos NFT Games.

Jogos pay-to-play: pague e jogue

A expressão pay to play significa “pague para jogar” –  ou seja, quando o jogador tem que pagar para entrar no jogo. Essa modalidade é bastante frequente e a maior parte das pessoas começou jogando dessa forma, investindo dinheiro em cartuchos, discos, créditos, mensalidades ou em uma assinatura. 

Se você é como eu, já perdeu muitas lágrimas implorando novos jogos para os seus pais, economizando salários, guardando trocados, negociando games por notas mais altas e, claro!, escrevendo cartas dramáticas para Papai Noel. 

Apesar dos altos valores, para muitos jogadores, os jogos pay-to-play ainda oferecem uma qualidade gráfica superior e uma narrativa mais complexa, profunda e bem concebida.

Free-to-play: jogue de graça!

A categoria free-to-play é a modalidade de jogo em que os jogadores não precisam investir nenhum valor para começar a jogar.  Esse tipo de jogo, que era impensável nas décadas de 80 e 90, consiste em uma mudança paradigmática para o mercado de games como um todo, tendo alterado drasticamente a forma de rentabilização das grandes publishers. 

É interessante pensar que um dos motivos para a concepção desse novo formato foram as lan houses. Como computadores eram menos frequentes nas casas das famílais, muitos jogadores se concentravam na penumbra das lan houses para jogar seus jogos preferidos sem jamais terem comprado o jogo em si. Compreendendo essa tendência como uma potencial obstrução para a comercialização de jogos, as publishers instituíram o conceito de free-to-play, criando uma nova era dos games.

A modalidade free-to-play pode ser segmentada de duas formas: primeiro, os jogos sem nenhum tipo de monetização, com todas as fases, vidas e objetos gratuitos para o jogador. Os jogos free-to-play totalmente gratuitos para o usuário lucram com publicidade, em banners ou vídeos que não podem ser pulados. Segundo, os jogos free-for-play com compras dentro do aplicativo, in-app, naquilo se configura como o modelo freemium – ou, esclarecendo, jogos que orbitam entre o free e o premium.

Os jogos free-to-play disponibilizam acesso gratuito, mas, em concomitante, bloqueiam, marotamente, alguns recursos importantes para a game play. Nessa modalidade, você pode, de fato, progredir sem ter que investir dinheiro algum, porém, há de se deixar claro que, normalmente, essa progressão é muito mais demorada. Isso faz com que os jogadores invistam dinheiro para que possam avançar com mais velocidade – vamos falar a verdade, todos já padecemos dessa impaciência, não é mesmo? 

Dentro dessa mesma dinâmica, os jogos dispõem de lojas internas onde podem ser adquiridos itens, personagens, skins, capítulos da história, novas fases ou moedas premium que você pode gastar no jogo. 

Pois é, apesar desse “free” bem grande estampado na tela, as publishers e os desenvolvedores são bem sedutores nas formas de convencimento.

Play-to-earn: chegou a hora de você ganhar para jogar

Não existe sequer um gamer no mundo que não tenha um dia sonhado com essa possibilidade: receber para jogar! Se antes ganhar dinheiro com jogos só era possível para alguns pouquíssimos gamers profissionais, hoje muitos gritam euforicamente que o nosso sonho virou realidade! Em teoria, com os NFT Games, os usuários podem se divertir e ainda receber por isso. 

A sigla NFT, em inglês non-fungible tokens, pode ser traduzida como “token não-fungível”, e é uma espécie de ativo que não pode ser substituído. Apesar do nome complicado, NFTs são artigos únicos, itens digitais exclusivos que só puderam ser criados graças às inovações tecnológicas promovidas pela arquitetura blockchain. 

Em 2021, fomentada pelo aumento de robustez e visibilidade do mercado de criptoativos, essa modalidade de jogo explodiu no mundo inteiro e, reforçada pela crise da Covid, permitiu que muitos jogadores passassem a sustentar suas famílias com os itens e missões dos jogos, recebendo recompensas que chegavam a 2 mil dólares. 

A Dux foi pioneira na introdução desse conceito de games no Brasil e, em apenas 1 ano, tornou-se uma das maiores empresas de NFT games da América Latina. Atuando desde o início de 2021 no mercado, a Dux criou uma das maiores comunidades do mundo de Axie Infinity, a maior guildas de Star Atlas do mundo, a BSA e possui mais de 5 milhões de reais investidos em diversos outros jogos. 

No caso do Axie, certamente o mais conhecido dos NFT games, o jogador pode começar a jogar de duas formas distintas: com investimento próprio, comprando diretamente os ativos do jogo (NFTs), ou cadastrando-se em uma Guilda ou Scholarship, que fornecem serviços de “aluguel” desses ativos, permitindo que os interessados possam começar a jogar os games mais hypados do momento pagando uma taxa para a empresa detentora do ativo. 

Move-to-earn: agora o negócio é se mover para ganhar

Se os play-to-earn já fazem sucesso entre os gamers, agora uma nova modalidade vai chegar e vai entusiasmar até os jogadores mais casuais. 

O conceito move-to-earn chegou para tirar todo mundo de casa! Para ganhar dinheiro, você precisa se mexer. Seu smartphone ou smartwatch vai estar ligado ao seu jogo e toda a sua movimentação vai fazer com que você receba recompensas. É a hora de deixar o sedentarismo de lado e se divertir fora de casa. 

Criado na blockchain da Solana e contando com um investimento significativo da Dux, Genopets tem uma missão ousada: mudar o estilo de vida dos gamers. Sair da cama pra dar uma corrida à noite nunca foi tão prazeroso. Todos os passos que você der e forem registrados pelos dispositivos móveis que você costuma utilizar são, imediatamente, contabilizados e podem render dinheiro para você. 

E aí? Curtiu? Quem já está com a mão coçando pra começar a jogar os NFT games, conhecer outros jogos e ficar por dentro das principais tendências do mercado de GameFi, pode se cadastrar no Discord da Dux e fazer parte de uma das maiores comunidades de games do mundo. 

Quer saber mais sobre a evolução dos games? Então continua com a gente aqui, logo abaixo!

A evolução dos games através do tempo

A cada dia que passa, o setor de jogos eletrônicos torna-se mais comum no cotidiano das pessoas. Aquilo que antes era considerado apenas entretenimento, hoje converteu-se na profissão de milhares de pessoas. Com competições de nível mundial e premiações milionárias para os vencedores, ser um gamer tornou-se uma profissão aspiracional para toda uma geração.

Com a popularização dos jogos como forma de renda, a possibilidade de uma grande oportunidade de negócio foi se tornando real e, com isso, os jogos passaram a adquirir uma nova característica.

Marcando um dos grandes pontos da transição da Web 2.0 para a 3.0, surge a modalidade play-to-earn. Baseados na tecnologia blockchain, cada jogo utiliza seus próprios tokens como moeda interna com valor real no mercado cripto.

Mas até chegar neste ponto, o mundo dos games passou por muitas fases e muito desenvolvimento. Vamos aqui destrinchar essa trajetória para entender como os jogos passaram para além de entretenimento, trabalho remunerado.

A história dos videogames

A linha do tempo dos videogames domésticos começou na década de 70 e, assim como qualquer história com décadas de trajetória, a dos games também é constituída por diversas gerações.

Sua pré-história é datada em 1947, quando  Thomas T. Goldsmith Jr. e Estle Ray Mann criaram o chamado “Dispositivo de Diversão de Tubo de Raios Catódicos”. Por mais que não seja considerado um videogame de fato, este foi o primeiro jogo com display eletrônico que se tem conhecimento.

No início da década de 50, os primeiros videogames foram criados como forma de demonstrações tecnológicas e escopo de pesquisas acadêmicas. Eram simulações de jogos de tabuleiro em formato digital utilizadas como forma de pesquisa para programação.

Em 1958, Willy Higinbotham, um físico norte americano, criou o primeiro jogo de computador da história. Se tratava de um jogo de tênis em um computador analógico e servia como atração aos visitantes de seu laboratório.

10 anos depois, em 1968, Ralph Baer, engenheiro alemão, naturalizado nos EUA, criou o primeiro console para jogos. O “Brown Box”, como foi chamado, precisava ser ligado à uma TV e era capaz de rodar vários jogos diferentes.

O primeiro console comercializado e que marca o início das fases do videogame, foi criado em 1972, também nos EUA, pela empresa Magnavox. De lá até os dias atuais, temos 9 fases distintas de desenvolvimento dos games.

Os da primeira geração, como Odissey da Magnavox, eram consoles com jogos monocromáticos já instalados no aparelho. A segunda geração, já em 76, veio através do popular Atari 2600, com a criação dos cartuchos para os consoles e suporte para até 8 cores.

A terceira geração foi iniciada em 1983 no Japão, com o surgimento da Sega e da Nintendo. Os consoles utilizavam processadores de 8 bit, permitindo a reprodução de até 32 cores além de gráficos mais avançados.

A quarta geração com início em 87, passa a utilizar processadores de 16 bits e surgem os primeiros memory cards. A quinta geração marca o início da utilização de CD’s e processadores de 32 bits. Além disso, os computadores começam a se tornar outra alternativa de plataforma para jogos. 

Foi neste mesmo período, no ano de 1994, que surgiu o primeiro jogo em um celular, que viria a ser nos dias atuais mais uma opção de plataforma para games e em 96, surgem também as primeiras Lan Houses, possibilitando a modalidade multiplayer local quando a internet ainda não estava em seu auge.

A sexta geração, a partir de 1998, traz o uso do DVD. O PC agora compete diretamente com os consoles, muitas vezes apresentando desempenho de hardware superior, além da criação da Steam, plataforma dedicada à comercialização de jogos online exclusiva para computadores.

A sétima geração, 2005, marca a interação dos consoles com a internet, com jogos multiplayer, além da adaptação para HDMI, Blu-ray e HD-DVD, aumentando a qualidade gráfica consideravelmente. Populariza-se também o uso de sensores de movimento, como com o Nintendo Wii.

Na oitava geração, a partir de 2012, temos uma escalada tecnológica em termos de hardware, com consoles suportando resoluções de 1080p e 4K. Celulares passam a ser cada vez mais avançados, suportando jogos exclusivos para o aparelho e os PC’s direcionado ao público gamer cada vez ganhando mais espaço no mercado.

A partir de 2020, chegamos na nona geração, com o lançamento dos últimos dispositivos da Sony e Microsoft, principais competidoras do mercado de consoles.

A origem do play-to-earn

Todo este trajeto também é marcado e influenciado pelo paralelo da evolução da internet, seu desenvolvimento tecnológico e expansão mundial, que trazem ao longo dos anos a expansão de jogos multiplayer de forma remota.

Antes mesmo do surgimento do termo, os e-sports já existiam como profissão em diversos jogos. Jogadores eram remunerados e viviam através dos jogos.

Outro fato que nos guia à chegada da modalidade play-to-earn, é a monetização dentro dos jogos. Desde a década de 90 já haviam jogos online com comercialização de itens e personagens, mesmo que de forma independente entre os usuários, porém, com pouca segurança e uma forma de comércio informal.

Os primeiros jogos eram os pay-to-play, em que o consumidor adquiria uma cópia do game em mídia física. Em seguida surgiram jogos free-to-play, eram gratuitos para jogar mas possuíam um marketplace vendendo itens exclusivos à quem os comprasse, mas não havia limite destes itens.

Em 2008 foi criada a primeira criptomoeda, o Bitcoin e, junto com ela, foi criada a tecnologia da blockchain, que seria usada para realizar transações diretamente entre as partes, sem intermediário, muito mais ágeis e seguras.

A chegada da blockchain traz um elevado grau de segurança entre as transações. O uso de tokens e NFT com valor de mercado e registro de propriedade são também um grande diferencial.

Em 2015, surge o primeiro game baseado na tecnologia blockchain, o cardgame Spell Genesis e uma coleção artística que posteriormente viria a se tornar também um cardgame, o Rare Pepes.

A partir de 2017, começaram a surgir os maiores nomes de jogos NFT que conhecemos hoje como Cripto Kitties, The Sandbox, Decentraland e Axie Infinity, popularizando os jogos play-to-earn.

Apesar de ser atribuído a esse gênero, em Axie Infinity, por exemplo, para começar a jogar, demandava de um investimento inicial, pois era necessário possuir no mínimo 3 NFTs do game. Seria algo mais para um pay-to-play-to-earn.

Em 2021 houve um crescimento vertiginoso na produção de games baseados na blockchain e os jogos gratuitos, dignos da modalidade play-to-earn, foram ficando cada vez mais comuns.

Hoje podemos listar centenas de jogos desde já lançados ou em fase de teste, até muitos outros sendo desenvolvidos e a cada dia este número cresce ainda mais nas listagens de novos lançamentos.

O diferencial dos jogos criados na blockchain, é que quem financia e auxilia nos direcionamentos do game além dos grandes investidores, são os próprios jogadores que, ao adquirir o token, passam a ter posse de uma porcentagem da empresa, obtendo vantagens dentro e fora do jogo e poder de voto em decisões a serem tomadas.

Click-to-earn e jogos Triple A

Com o sucesso dos jogos aplicados à blockchain e a promessa de um alto faturamento sobre o valor investido em um curto período de tempo, passaram a criar jogos click-to-earn, em que não havia jogabilidade e o game se resolvia por probabilidades de características específicas do NFT de cada jogador.

Um exemplo é o jogo Pegaxy, semelhante a uma corrida de cavalos em que era necessário apenas um clique para que a corrida acontecesse. Games desse tipo jogam por água abaixo o conceito básico de um jogo, que é de gerar entretenimento.

Os click-to-earn, geralmente jogos muito simplórios, rápidos de serem produzidos, visam apenas o enriquecimento rápido com pouco esforço e são fadados ao fracasso devido à alta volatilidade das criptomoedas. E sem entretenimento, o único atrativo do usuário é investir no lançamento do token, aguardar um período de alta da moeda e vender para obter lucro.

Este é um ponto de alta crítica dos gamers entusiastas que se tornaram adeptos do game-fi. Muitas vezes os jogos são produzidos com uma jogabilidade muito básica, com pouco ou nenhum enredo envolvente como história de plano de fundo e acabam se tornando apenas mais um em meio a tantos títulos.

Numa lógica óbvia, se um jogo for criado com riqueza em jogabilidade, gráfico, história e boa interação entre players, certamente vai atrair mais gamers entusiastas movimentando mais os servidores do jogo e ainda assim, ter as recompensas em tokens ou NFTs, o que só agregará mais valor ao título.

Pensando nisso, as desenvolvedoras de games estão começando a focar na qualidade dos jogos, não apenas em seu tokenomics (plano de distribuição de tokens ao lançamento do jogo).

Podemos citar o jogo “Big Time” da Big Time Studios. Ainda em fase de desenvolvimento, os desenvolvedores prometem entregar um dos, senão o primeiro jogo Triple A da blockchain (Triple A é uma denominação na indústria dos games para os jogos mais completos em todos aspectos, os blockbuster dos games).

Um diferencial é a sua distribuição de tokens. Um game geralmente faz uma distribuição da sua reserva total de tokens para seus produtores, investidores e uma parcela para a comunidade a ser farmado dentro do jogo após seu lançamento, como forma de recompensa ao concluir tarefas ou vencer partidas.

Em Big Time, não haverá distribuição de tokens. Ou seja, toda a reserva de token será disponibilizada apenas para ser coletada dentro do game. Até mesmo os grandes investidores, para obter o token, terão que jogar.

A esperança é que jogos deste tipo se  tornem tendência, trazendo uma relação saudável entre jogabilidade e rentabilidade, podendo ser o grande marco para a décima geração dos games.

Play-and-earn

Uma adaptação que tem sido feita para o game-fi é alterar a forma de chamar a modalidade play-to-earn para play-and-earn. Isso está ligado exatamente ao fato de jogos NFT terem gerado a fama de serem focados apenas no lucro.

A vida útil de um jogo NFT com pouca atratividade é baixíssima se comparada aos seus predecessores pay-to-play. Chamar a modalidade de play-to-earn, gera a impressão de jogar para ganhar, ao invés de jogar para se divertir.

Com isso, está sendo empregado o uso do play-and-earn, passando a ideia de uma nova fase do game-fi. Jogue para se divertir e ainda ganhe tokens.

É claro que estamos passando pelo início desta modalidade. Tudo ainda é muito novo e as possibilidades são infinitas, ainda mais com a iminência do Metaverso, mas certamente é um mercado muito promissor, tanto para a blockchain, quanto para o universo gamer.

Aos poucos, a cada evolução, a cada ajuste, vamos nos encaminhar para uma revolução na forma de jogar e consolidar, cada dia mais, essa nova profissão. 

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