novembro 11, 2022

Uma história da Web3

Ultimamente muito se fala sobre a Web3, mas o que de fato é isso? Uma das formas mais sintéticas que podemos defini-la é: A Web 3 é a próxima grande evolução da internet, uma nova forma de navegar.

Seguindo um raciocínio lógico, se estamos caminhando para a Web3, é porque já estivemos na Web1 e estamos na Web2. Mas o que define cada uma dessas fases?

Simples. A Web1 marcou o uso doméstico e a globalização da internet, no início da década de 90. Os sites eram estáticos contendo apenas textos e não era possível enviar informações, apenas recebê-las. Antes disso, a internet era apenas utilizada por militares ou acadêmicos.

No final da década de 90, com a chegada da internet banda larga, inicia-se a transição da Web1 para a Web2. Torna-se possível ao usuário fazer upload de dados para a internet, como enviar um e-mail ou criar um site e carregar conteúdo nele. O usuário passa de consumidor para também produtor de conteúdo.

O início dos anos 2000 demarca a consolidação Web2, chamada de a era social da internet. Os grandes protagonistas são os chats, blogs, as redes sociais como um todo, além de mecanismos de busca.

Uma das características mais marcantes da Web2, é a forma em que os dados de seus usuários são armazenados. As Big Techs, grandes empresas de tecnologia como Meta, Microsoft e Apple, são exemplos das maiores concentrações de dados pessoais de seus usuários.

Estes dados são coletados durante a navegação em aplicativos e sites geridos por estas empresas. O sistema de dados colhe as informações, filtra através de cálculos de algoritmo e alimenta o feed da pessoa, seja através de conteúdo ou anúncios, com informações semelhantes às colhidas durante a navegação.

Por exemplo, se você em seu smartphone fizer uma pesquisa de preço de algo como um tênis, ao abrir algum aplicativo que contenha anúncios, provavelmente aparecerá o anúncio dos mesmos produtos que você estava buscando na sua pesquisa.

Ou seja, o sistema coletou a informação da sua pesquisa e entendeu como sendo algo que é do seu interesse, alimentando a sua navegação com a mesma informação.

A proposta da Web3 é combativa a essa forma de manuseio de dados, principalmente pelo risco ao usuário com suas informações pessoais. A empresa Meta, por exemplo, já passou por inúmeras polêmicas de vazamento de dados que foram utilizados de forma maliciosa em ações tendenciosas.

Casos como esse, de vazamento de dados, põem em xeque a confiabilidade do usuário para com o sistema que utiliza.

A Web3 é discutida desde 2001, porém, com a limitação da tecnologia da época, não era algo tão palpável, o que tornava o assunto visto com maus olhos pela comunidade tecnológica.

Em 2008, com a criação do Bitcoin, juntamente foi desenvolvida a tecnologia que será essencial para o desenvolvimento da Web3. A blockchain. Ela permite um processamento de dados de forma rápida, econômica e, principalmente, muito mais segura e personalizada para seus usuários.

A blockchain permite a iteração descentralizada, o princípio central da Web3 e é exatamente o que se opõe ao grande banco de dados das Big Techs.

Na Web2, as informações são localizadas em endereços fixos específicos. Por exemplo, se eu buscar uma palavra chave na barra de pesquisa do instagram, eu só vou encontrar informações relacionadas à essa palavra pertencentes ao domínio do instagram. 

Na Web3, a informação é encontrada com base no conteúdo buscado e não resumido à plataforma a qual está sendo utilizada para a pesquisa. Ao buscar um termo, será possível encontrar resultados de plataformas diferentes, de forma descentralizada.

Em conjunto, temos a inserção do metaverso neste contexto, que é a experiência imersiva e gamificada dentro dessa nova proposta de navegação na internet.

O metaverso não depende da blockchain para existir, porém, a forma mais segura e personalizada para o usuário, é através dessa tecnologia. A Meta, por exemplo, está criando o seu próprio metaverso(Horizon Worlds), mas ainda não aderiu à blockchain, apesar de já ter demonstrado sinais, porém nenhum ainda concreto.

A principal característica do metaverso da blockchain para um fora dela, é a existência do NFT. NFT é um ativo registrado na rede da block, único e imutável que dá direito de propriedade a quem o adquirir, assim como qualquer coisa comprada na vida real.

A relação entre metaverso e blockchain é extremamente importante, pois evita a exposição de dados pessoais dos usuários e preserva a segurança dos mesmos quanto às fraudes. O sucesso da Web3 depende da sincronia entre as duas tecnologias.

Mesmo ainda não tendo uma definição e compreendimento concretos, assim como a transição da Web1 para a Web2 foi, a transição para Web3 promete ser igualmente revolucionária.

A internet 3.0 é uma evolução da 2.0, que tem o intuito de modificar as ferramentas de pesquisa e localização, para agilizar as buscas e facilitar a vida do usuário, suprindo as necessidades dos novos tempos e incrementando a interatividade entre humanos e máquinas com linguagens de programação integradas e melhoradas. Também é chamada de “internet semântica”, pois integra, em uma mesma interface, dois tipos de páginas diferentes, uma destinada a ser lida por pessoas e a outra destinada a ser lida por máquinas ou softwares próprios. 

A internet 3.0 ainda é apenas um conceito (conforme a definição de Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web), chegando à fase final de desenvolvimento e entrando em fase inicial de aplicação.

A Web3, conhecida como a Internet Descentralizada, é uma ideia para uma nova iteração da World Wide Web, fundamentada na tecnologia blockchain e nas economias baseadas em tokens (cripto ativos). Na Web 1 e 2, os dados e o conteúdo são centralizados em servidores controlados por um pequeno grupo de empresas (costumeiramente chamados de “Big Tech”). O termo Web3 foi cunhado pelo fundador da Polkadot e cofundador da Ethereum, Gavin Wood, em 2014, referindo-se a um “ecossistema online descentralizado baseado em blockchain”. 

A ideia de Web3 passa a ganhar mais interesse e popularidade a partir de 2021, devido ao interesse de entusiastas de criptomoedas e investimentos de tecnológico, as grandes empresas de tecnologia e as empresas de capital de risco. Alguns especialistas argumentam que a Web3 fornecerá maior segurança de dados, escalabilidade e privacidade para os usuários, descentralizando a produção, emissão e a recepção da informação. 

A Web 1.0 é marcada como a primeira fase da internet globalizada ou pública. Conhecida também como “internet estática”, na Web1 era possível apenas consumir informações em sites estáticos, com conteúdo para leitura produzido por empresas e instituições. 

A Web2 ou “internet dinâmica”, foi marcada pela possibilidade do envio de conteúdo pelos usuários. Ou seja, enquanto na Web1 era possível apenas a recepção de conteúdo, a Web2 inaugura uma fase mais colaborativa, de troca e criação de conteúdo por parte dos próprios usuários. A banda larga constitui um marco tecnológico importante para viabilizar essa transição entre web 1.0 e web 2.0, propiciando maior velocidade de transmissão de dados e o surgimento de aplicativos, sites e programas dedicados à comunicação social e divulgação de conteúdos pelos usuários como os chats e blogs. É válido destacar que as definições de cada fase estão diretamente relacionadas à forma com que navegamos na internet. 

Por fim, diferentes conceitos de internet podem muitas vezes estar compreendidos dentro do termo “web3”, como internet semântica, internet conectiva ou internet descentralizada. De qualquer forma, conceitualmente, o que realmente importa lembrar é que a Web3 também traz agora uma nova proposta diferenciada para um novo tipo de navegação, diferente da que temos hoje na Web2 e que pode ser, em muitos aspectos, bastante transformadora e revolucionária.

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